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OUTUBRO

Cromo074

OUTUBRO

Outubro representa o tempo de pensar reavaliar….para o axé, a purificação.

Águas de Oxalá abraçam todo o mês presente, nos alertando para a necessidade do zêlo, do cuidado com a espiritualidade e o exercer sensato do livre-arbítrio.

Águas de Oxalá

Vamos relatar um dos mitos que explica muito bem este tema:
“Oxalufâ, rei de ifan, decidiu visitar Xangô, rei de Oyo, seu amigo. Antes de viajar, Oxalufâ cosultou seu babalao, que lhe previniu que a viagem não deveria ser realizada, pois teria um efeito desastrófico. Porém, como Oxalufâ era obstinado, persistiu em seu projeto, perguntando que oferendas poderia fazer para melhorar a sua sorte. O resultado do jogo divinatório: a viagem seria penosa, que teria de sofrer numerosos reveses e que, se não quisesse perder a vida, não deveria jamais recusar os serviços que, por acaso, lhe fossem pedidos, nem reclamar das consequências que disso resultassem. Deveria, também, levar três roupas brancas para trocar, e sabão.

Oxalufâ se pôs a caminho e, como fosse velho, ia lentamente, apoiado em seu cajado de estanho… Encontrou exú sentado na beira da estrada com um barril de azeite de dendê ao seu lado. Exú pediu, após uma troca de saudações, que o ajudasse a colocar o barril na sua cabeça. Exú derramou maliciosamente o dendê sobre Oxalufâ e começou a zombar dele: este se calou, seguindo as instruções do jogo divinatório: lavou-se no rio próximo, deixando a roupa velha como oferenda, e pôs uma nova. Continuou a andar com esforço e ainda foi vítima de duas artimanhas de exú, tendo que se banhar e por fim usar a última roupa branca. Sem peder a paciência, chegou finalmente ao reino de Oyó, e lá encontrou um cavalo que havia fugido do reino de Xangô. No momento que Oxalufâ estava tentando alimentar o animal com espigas de milho para amansá-lo e levá ao seu dono Xangô, foi abordado pelos guardas do rei que o prenderam como se fosse ladrão e o jogaram na prisão do castelo.
Sete anos se abateram de tragédia para o reino de Xangô: seca, epidemias, mulheres ficando estéreis.

Xangô tendo consultado um babalao, soube que esta desgraça adivinha da prisão injusta de um homem idoso. Após seguidas buscas e muitas perguntas, Oxalá foi levado a Xangô, que desesperado pelo que havia acontecido, pediu perdão, e deu ordem aos súditos que fossem, todos vestidos de branco e guardando silêncio em sinal de respeito, buscar água três vezes seguidas a fim de lavar Oxalufâ. Em seguida, este voltou a Ifan, passando por ejigbo, para visitar seu filho Oxaguia, que feliz por rever o Pai, organizou grandes festas com distribuição de comidas aos participantes”.

Comidas Brancas

Isto nos mostra que , embora aconselhado pelo oráculo, Oxalá usou seu livre arbítrio e realmente como avisado, sofreu muito… porém, como sabemos que as virtudes sempre preponderam aos defeitos, houve a purificação para todos.

Os desígnios espirituais, os odus nos avisam , nos alertam…. precisamos saber respeitar e entender o significado destes escritos, para depois não acharmos que estamos sem sorte, desprotegidos. Conhecer o limite dos nossos impulsos, aprender a respeitar os avisos, e sobretudo saber reparar os erros e perdoar, fazem parte do nosso aprendizado na terra.
As águas de Oxalá nos fazem refletir sobre isso, inibindo a nossa ambição, teimosia, egoísmo, intransigência, em contrapartida enaltecendo a paciência, o respeito, a fé, o perdão, e a avaliação do nosso tamanho perante ao universo e Deus.

Oxala
Oxalá
oxaguian-guerreiro
Oxaguian

Xeu eu Baba, epa Orixala.

Fica esta herança de se vestir de branco todas as sextas feiras para os iniciados no candomblé, em respeito a esta purificação do ser humano, dos seus atos negativos em relação a si mesmo e aos outros, resultando sempre na vitória da LUZ sobre o escuro… no momento em que podemos enxergar os erros, podemos repará-los… e perdoar os que nos cometeram também.

Axe Ire o

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